quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sua hora ainda não chegou.

A vida recorre aos ajustados. Ela corre em direções opostas sempre em busca de braços abertos. A flor no seu cabelo não esconde o rio pronto pra desaguar de seus olhos. A natureza se desenha em seu rosto de uma maneira quase infantil. Desbrava cada curva marcada pela dor, se acentua em meio às imperfeições quase aceitaveis.

Seu jeito sincero de menina-mulher já quase convenceu a vida de que você era feliz. Você dançou em meio aos passaros que, avançando em direção ao por-do-sol, mostraram-se estupefados. Suas penas tremiam, não pelo embate do vento em seus corpos leves, mas pelo espanto que causou o fascinio de querer estar perto de suas raizes tão humanas. A vontade de sugar sua seiva, de beber suas lagrimas, de caminhar por suas dores. E o medo de cair nesse abismo que afoga, que sufoca, a sua natureza é assim, cheia de garras que se desenham em plantas, que abraçam seus medos, e fazem crescer flores em suas duvidas.

A sua inaptidão para as coisas banais se mostra acentuada quando suas mãos frágeis deixam escapar sua unica chance de segurar o passaro entre as mãos e mostrar a ele, que voar pode ser indescritivel, que a liberdade é o objeto de desejo de todos os seres viventes, mas que suas raizes podem fazer florescer a mais bela canção que olhos vivos podem apreciar. E que ficar pode ser a chance de se encontrar em meio à verdade que a vida esconde.

A decisão voa em asas frágeis, esperando a hora de acontecer.