Eu pensei até mudar esse design aqui. Me pareceu tão desinteresssante. De repente era só minha vida transformada em palavras que não são lidas.
Pensei em deletar também. Contei até dez e respirei fundo. Eu lembrei de todas as vezes que deletei os números da agenda do meu celular e de tantas outras que apaguei os e-mails, e como isso nunca foi suficiente.
Ai eu pensei em sentar e ler um livro e sentei, e eu chorei por 45 minutos e depois pensei por outros 30. Essa vida de aparências tá acabando comigo. Sorrir pra solidão sempre foi meu maior desafio. E eu estou sucumbindo. As minha alma está ferida de tentar sobreviver. E na guerra os cansados sempre ficam pra trás. O meu sofá sabe mais de mim que o meu espelho.
Eu pensei em fazer uma porta-painel onde eu pudesse escrever todos os dias coisas que soassem como música clássica em ouvidos apurados. E quando não quisesse mais ler era só abrir as portas. Mas eu só pensei, tudo que penso não se transforma no que faço. E o que faço se transforma imediatamente em coisas que não deveriam ter sido feitas.
E eu fico aqui pensando em uma maneira de sair de toda essa mesmice, de todo esse circulo vicioso e entediante. E pensar tem arruinado os meus dias.
Então pensei em desistir, não como ato de covardia, mas como ato de coragem. Dar um passo pra trás e começar de novo. Começar de onde?
Eu só preciso descobrir onde minha vida se perdeu.
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