sábado, 4 de dezembro de 2010

Você me permite?

Eu preciso lhe pedir licença para sentir esse carinho, que é por você, mas no fundo é que me salva.

Preciso te contar que sem saber porque, sem saber onde isso ia dar eu arrisquei, não é isso que as pessoas fazem pra se livrar de si mesmos? Elas se buscam em outras pessoas, e às vezes elas se encontram.
Eu me busquei, era como saber existir esse pedaço de mim que não conhecia. Era um oposto que causava esse desejo de me saber em você. Eu soube? Você soube?
E negar a intensidade de nosso pouco tempo é algo que me ajuda a superar a dor de não ser acreditada. Eu preciso que você acredite no que não vê. Preciso que acredite no que não sente, porque está antes dentro de mim.
Eu tenho medo de insistir demais, ou de não insistir e deixar o tempo passar. O tempo passa, não? E ai eu fico só, com esse nó na garganta. Com essa coisa travada dentro do peito, com esse grito silencioso que rompe todos os pedaços da minha constante sanidade libertária.
E sobre a insistência, como saber os meios pra chegar a ti? Não devo insistir mais... devo lembrar-lhe somente que estava com você, e que assim continuo, que eu ainda estou aqui, atrás dessa mesma mesa poída, cheia de papéis espalhados de textos que me escapam pelos dedos, cheia de mágoas atravessadas entre meu corpo e minhas mãos. Com mensagens não respondidas, com desejos mal disfarçados, com essa dor cortante dentro de mim. E a causa, é essa incompreensão que os olhos podem nos trazer ao coração.
Aí eu fico aqui, te falando bobagens, sobre qualquer coisa. Quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, fala sobre qualquer coisa. Eu preciso que você fique, você me entende?
Eu preciso que você fiquei porque agora já começou, como se para em meio o processo? Porque agora mesmo que a gente fale de desejo, de amor, paixão... já é tarde demais para tudo se transformar só em palavras. Foram vida, sentimento.
Eu preciso que saibas que ainda que você não queira eu estaria aqui, que ainda que você não suporte, que ainda que você não sinta. Eu estaria aqui.
Sabe? Estou naquela luz de fim de tarde que entra pela janela do seu apartamento enquanto a gente se olha. Você sabe do que estou falando?
Estou falando de uma coisa que eu não senti sozinha, e sei. Eu sei porque você me abraçou. Porque dentro dos teus braços eu encontrei proteção, não sobrou espaço, nem em mim, nem em você.

Estou lhe perguntando se me permite. Me permite o carinho, o desejo, os beijos, até os não dados, as conversas intermináveis, as horas que não passam quando não está. Você me permite gostar de você? Amor, paixão, loucura. Te quero tanto e tão bem. Você me permite?

Quem sabe assim você acredita na minha sinceridade. Acredite.

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