terça-feira, 17 de agosto de 2010

Interno



Infinito e perene, a noite agora ia além e sempre feito passarinho em festa, dançando em água de inevitável navegação. Aos passos, todos os lados, lisos; e lábios se desenham em laços por trás da amplitude de anil eterna. Ao toque eu entrego esse instante, que não é só, é mais, é plenitude, é gota em oceano de cegueira. Me toca e entrego inteiro a profundidade desses pés em céu azul; céuaoléu-dossel, entrego-te a célula, a vida, o anel em flor, o invólucro inviolável da amêndoa, o todo de uma parte que se parte em estrela. A cauda de um cometa que se enrola adorável ao sol. Te entrego coração partido, para que mesmo de partida esteja sempre de chegada, e até em negação acreditando que a mais linda borboleta é aquela que não podemos tocar.

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