segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Não é não.

Não é nada demais. Foi a última frase escrita no caderno comprado na papelaria da esquina.

É como ralar o joelho, brincando de pega-pega, uma infância irremediável. Serve pra saber que estás vivo. Mas não é nada demais.

E estar vivo precisa doer? Fazia tempo que ela não lembrava todos os desesperos que tomavam seu corpo, fazendo-a refém. Ela não chora mais de tristeza.

Ela chora porque espera a tempos que alguém a invada e a conheça, a toque, e no toque a entenda. E ela espera essa pessoa, sentada numa calçada de uma rua escura, segurando nas mãos um caderno e uma caneta. O tempo passa, e junto a tinta acaba. Não sobrou mais pra tingir um coração.

Não sobrou mais para pintar o céu.

Então ela espera que no dia seginte faça sol, para que mesmo sem cores, ele chegue e não tenha medo de ser colorido.

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