
Ela acorda sozinha, e sozinha se veste, nunca foi lá muito vaidosa.
Ao sair de casa, deixa sobre a mesa as palavras bonitas que dariam sentido a sua vida. Ao menos hoje.
Ela tem esse costume de esquecer tudo por onde vai. Todos acham que isso é um defeito. E ela não discorda, sorri meio sem graça, mas no fundo, ninguém sabe que ela sempre carrega o que não deve ser esquecido por ninguém. Carrega dentro de si.
Aquela frase perdida no meio da madrugada, o sorriso bonito de que se reconhece no outro, a mão que tocou a sua quando tudo pareceu nada.
Dessas coisas ela não ouve as pessoas falarem, elas não desconfiam as demasiadas coisas que ela traz junto de si.
E as palavras ela inventa agora, outras, que não dão sentido, mas fazem ela suportar o dia.
E as fazem dançar dentro de si, numa quase-festa. O dia ainda não nasceu, mas Alice sabe que as flores nunca tardam.
Haja setembro pra toda essa sua primavera.
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