sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O filtro, era tudo que ela precisava.

E seus olhos não se acostumam a contemplar todas as coisas que seu corpo não entende.
Ela chega em casa e começa a se despir.
Tira o sorriso, os dedos, o desenho do corpo, o brilho dos olhos, e cai em si. Às vezes cai tão fundo que pensa não mais ter volta.

Desmonta com zelo toda essa sua cerimônia, esse seu agradecimento, finge que tem paciência. E junto escoam todas as suas palavras.

Está desarmada.

E sem armas, sem escudo, sem filtros, se descobre só... e só e nua de seu personagem. A única saída que tem é vestir-se de olhos vendados e punhos cerrados pra encarar a mentira em que vive.

Ou em que não vive.

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