quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Adrienne acha viver um absurdo

"A vida é um absurdo.

Viver é dolorido. E separar todos os fios emaranhados do destino exige paciência e disciplina."


Foi assim que ela se descobriu pensando enquanto estava sentada com as pernas esticadas com seu fios soltos na mão, no meio daquela sala mal iluminada, quando se despedia uma tarde de outubro.


A vida nunca lhe foi um mistério, mas agora uma simples opacidade de olhar adquirira um tom extremamente grave. Era o limite. Aquele de quem ela fugiu sua vida inteira.

Foi vivendo uma mesmice, um meio termo, uma vida de cor suja com medo de sua chegada. E agora seu coração oscila no mais breve tom.

Ela descobre todas as ausências em sua volta, e essas coisas não a deveriam afetar.

Ela pega suas carcaça, sua mudez, sua falta de coragem, se senta em frente ao computador e se vê movendo, um, dois... todos os dedos, e deles vazam sua dor. Todo seu repúdio, sua indignação.

Porque ela sabe que a vida é um absurdo, que não deveria, mas ela só sabe calar.

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