Um deles usa um escudo branco, limpo, leal, quase divino. Uma armadura prateada tão impecável quanto a clareza de seus olhos, sua espada brilha em tamanha intensidade que é capaz de ofuscar a vista do inimigo.
O outro tem um escudo ouro envelhecido, tão belo, peça rara, de encher os olhos. Sua armadura tem algumas marcas de combate, é fosca, não sei deduzir a cor, ele está sempre do lado mais escuro da batalha. Sua espada por fim não possui nenhuma beleza, mas possui a frieza dos que sabem onde devem levá-la para chegar ao fim de uma guerra.
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Enquanto eles dois duelam vacilantes, no espaço sobram espadas, escudos, no ar viajam os erros, os desencontros, os golpes todos são recebidos e silenciados pelo palco de um desastre iminente: o meu peito.
Não existe mais lado bom ou ruim, não existe mais o predileto, agora existe somente a vontade de que um deles vença para que silencie essa luta dentro de mim.
Existe somente a vontade de chegar ao fim
seja ele pra mim bom ou inevitavelmente ruim.
seja ele pra mim bom ou inevitavelmente ruim.
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