sábado, 15 de janeiro de 2011

Isso acaba?

É chegar ao máximo da humanidade. Admitir à outra pessoa que precisa dela. Implorar uma mão pra segurar a tua cansada. É pedir para alguém um carinho, um colo, um gesto. Uma palavra qualquer.
E se essa mão não vem, e se mesmo assim as palavras continuam sem viajar no ar, e se mesmo assim o carinho, o colo, os gestos, todos os olhares são negados. E mesmo assim, o máximo só pode ser atingido se entenderes a continuidade do tempo. Ninguém pode ser ruim por não te amar. Mas isso não lhe confere direito de ser insensível. O tempo ensina que nada é imortal a não ser ele mesmo. Negar acolher é ainda permitir que o outro morra. É permitir que o amor morra, que as lembranças boas de todas as manhãs, tardes e noites vividas se desfaçam dentro do nada que é a memória de quem foi pra nunca mais voltar.
Mas também só o dono da dor sabe o seu tamanho. E de tão grande ela se torna incomunicável. Como dizer a você que te vi como uma maneira de salvar a minha vida? Como dizer que se eu me calar agora vou sufocar? Como dizer que estou sufocando? Que estou morrendo de morte matada por mim e não quero párar? Eu quero que os dias acabem para não ter mais que abrir os olhos para um novo dia onde todas essas esperas sequem a minha garganta. Onde todos os erros me abracem ao mesmo tempo e me apertem tão, mas tão forte que meu corpo não aguente mais de dor. E essa dor me faça desejar ter fé em algo que faça isso cessar. Como te dizer tudo isso se você não vem? Como fazer isso parar?

Deve ter algo, um sentido, uma resposta. Mas... onde está?

Onde você está?

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